quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Reticências... Jeniffer Cabrera

Parei e fui correndo para o calendário, subitamente dei-me conta, que não fazia noção de que dia do mês se fazia, estava tudo tão sistematicamente estático, meus objetos, Eu, que parecia que todos os dias fossem os memsos.
A cabeceira da cama me engolia em sonhos, que marejavam meus olhos, que se encontravam fechados, abertos em outra dimensão.
Lá meu corpo envolto ao seu, minhas retinas fitavam seus olhos, que imploravam para os meus não encará-lo.
Aquelas expressões inflamavam meu instinto, parecia embriagar-me de tristeza, logo quando fui tocá-lo, esvaiu-se entre meus dedos, e sussurrou baixinho em meu ouvido, um segredo... que poderia escreve-lo, a não ser que vos matassem a todos.
Andamos lado a lado, e conforme iamos sem destino, nossas faces iam se metamorfoseando, ora via-me em teu rosto, ora inventava um novo. Quando vi, meus traços, meus modos, minha essência no outro, quis beijá-lo.
Acordei... acabei por fumar um cigarro, corri para o espelho, este me mostrou algo irreconhecivel, lembrei-me da  face que vi  anteriormente, e me reconhecia... Estou assustada, me deixei em outra dimensão , trouxe comigo, e não consigo libertar-me , ou este que vejo sempre fora eu, e o outro que vi, é o que eu achava que era. Sou uma farsa.
Estou encolorizada, procurei em todos os bolsos, onde guardo coisinhas importantes, minhas virtudes, aquelas que possuo... mas não sei onde as coloquei. Paro. Penso. Será que elas estão dançando por ai com meu ego, ou as deixei com você.
Quando no ritual dos corpos, dos sexos entrelaçados, na fome do desejo exarcebado, dei-me carne e essência, perfume de  meu corpo, de minha alma sedenta, penetrante meu suor em ti, seu suor em minha carne, transformando meu ser em você. Você em mim.
Embriagai-me novamente, desta vez passiei pelas folhas amareladas  do meu livro predileto, logo fui iterrompida por vozes, vozes serenas, que cantarolavam com meus pensamentos, acalmei-me, deixei-me ser, e agora não passo de um cigarro fumado.

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